Muitos pais relutam em levar o filho para a avaliação diagnóstica, embora frequentemente estejam conscientes de que a criança não parece se desenvolver de modo típico. Isto é completamente compreensível, pois além de ter que lidar com questões internas como o luto da idealização do “filho perfeito”, há o medo dos efeitos adversos do “rótulo” e o desafio de ajustar a rotina e adaptar-se à intensa dedicação e prestação de cuidados das necessidades específicas do filho.
No momento em que os pais recebem o diagnóstico, eles passam pelos estágios de luto. O estágio inicial de luto é de choque, acompanhado de choro, manifestando sentimentos de desamparo e ânsia por fugir; no segundo estágio, há descrença e negação da situação; no terceiro, há tristeza e ansiedade manifestada por muito choro e raiva; no quarto, há o equilíbrio, caracterizado pela admissão de que a condição existe; por último, o estágio de reorganização, mediante reintegração e reconhecimento familiar desse filho.
É nessa fase que os pais entram em um processo de adaptação, em que se observa uma instabilidade emocional, apresentada por meio de oscilações entre aceitação e rejeição, até se sentirem mais seguros para lidar melhor com a criança e aproximarem-se afetivamente dela.
O diagnóstico e a intervenção precoce podem alterar significativamente a trajetória do neurodesenvolvimento. A equipe capacitada irá realizar a avaliação, o plano terapêutico individualizado e a orientação para os pais e/ou cuidadores e escola.
A participação dos pais é como uma “ferramenta” importante por meio da qual mudanças significativas podem ocorrer na vida de seus filhos, maximizando os ganhos obtidos em sessões de intervenções terapêuticas.
Texto por: Neuropsicóloga Amaryllis Miqueletto.
Deixe uma resposta